Porto Tasty: Miss Pavlova: descobrir novos sabores na velha Invicta

Miss Pavlova: descobrir novos sabores na velha Invicta

Pavlova Miss Pavlova

Em mais uma edição do Food&Drinks, o Porto Tasty foi conhecer o espaço e teve a oportunidade de provar o doce que tem feito tanto sucesso.

É no número 13 da Rua do Almada que se pode degustar um dos doces mais improváveis da cidade do Porto. A Pavlova nasceu nas redes sociais e o sucesso do conceito levou a que tivesse o seu próprio cantinho. Estivemos à conversa com Ana Maio, a criadora da marca Miss Pavlova.

Afinal, o que são as Pavlovas e onde podemos encontra-las?

O nome pode não ser conhecido da maioria dos portugueses, mas o famoso doce junta um merengue estaladiço à cremosidade do recheio. O grande segredo é o equilíbrio de sabores, que podem ser diversificados, passando do toque ácido da lima ao paladar intenso do chocolate. O nome, de origem russa, é uma homenagem à bailarina Anna Pavlova, tendo surgido no século XIX.

O espaço, aberto desde 2015, encontra-se nas traseiras de uma outra loja e é revestido maioritariamente por pedra, guarnecido por quadros e mesas que lhe dão um ambiente cómodo e relaxante. A montra na entrada faz com que as Pavlovas estejam bem visíveis, pelo que o cliente percebe de imediato qual é a especialidade da casa. Uma esplanada, tapada na sua parte superior e moldada a um ambiente acolhedor é uma escolha acertada, mesmo para os dias de chuva.

A pastelaria Miss Pavlova pode ser encontrada no número 13 da Rua do Almada

O surgimento do conceito

Ana Maio explica que a ideia surgiu quando ficou desempregada. Numa altura relativamente complicada para arranjar trabalho, explica: “Achei que era a oportunidade ideal. Nos períodos de crise fala-se muito em criarmos as nossas próprias oportunidades e eu quis criar a minha.”

Licenciada na área do design gráfico e publicidade, decidiu entrar no ramo da pastelaria, da qual é uma apaixonada. Para chegar ao patamar em que se encontra, diz que a informação que foi obtendo através de leituras e de pesquisas foi imprescindível para a criação da marca e a obtenção do sucesso. Na área da Comunicação, a aposta no monoproduto era, em termos logísticos, essencial: “Sabia que era muito mais fácil se fosse um monoproduto para mim”.

O estabelecimento foi decorado com quadros alusivos à temática da pastelaria
Curiosamente, a ideia da Pavlova surgiu posteriormente, revelando que ainda não conhecia o produto: “A Pavlova foi mesmo no Masterchef […] comecei a levar a Pavlova para familiares e toda a gente começou a pedi-me para levá-la e ninguém sabia sequer o nome”.

A vantagem, explica, é a diferenciação e a facilidade de captação do nome. O desdobramento do produto em vários sabores era, também, um dos seus benefícios.

Na falta de financiamento, afirma que os contactos no meio profissional em que estava inserida e a própria formação académica contribuíram para atenuar essa dificuldade, principalmente na divulgação do produto, tanto ao nível da imprensa como da televisão, que ajudaram a catapultar o projeto.

Os portuenses e o conhecimento do doce

“Eu senti que fiz um trabalho quase de democratização da Pavlova”. É assim que Ana responde à pergunta, afirmando que não havia conhecimento, em Portugal, da existência do doce, e lembra que passados quatro anos o cenário já não é o mesmo. Para isto, explica, a imprensa foi fundamental em termos de divulgação do nome “Pavlova”.
As frases promocionais são características do espaço

O crescimento do projeto

Atendendo ao sucesso que o produto teve – nomeadamente ao nível das vendas –, que passaram do Facebook e dos mercadinhos para um estabelecimento próprio, a responsável do espaço é perentória: “Foram essenciais três fatores: a diferenciação, a imprensa e as redes sociais”, aludindo ao facto de o espaço estar mais “escondido”.

Estando a sociedade na era marketing digital, Ana – com quase 30.000 seguidores no Facebook da Miss Pavlova – diz que é essencial apostar nas novas tecnologias, principalmente nos projetos de pequenas dimensões: “Projetos como o meu, em que ainda somos pequenos, o que não temos mesmo é dinheiro, portanto é completamente absurdo dizermos que vamos fazer um anúncio na televisão ou na rádio.”

Uma demonstração da versatilidade de sabores que pode ter uma Pavlova

Público-alvo?

Ana Maio afirma que o leque de clientes é muito abrangente. No entanto, nota que os portugueses estão em maioria, mas os turistas começam a equilibrar forças. “O meu principal foco são os portugueses” – reitera a criadora da marca. Admite que é maioritariamente um público com mais poder de compra, mas também um público mais exigente com a qualidade do produto e também mais específico, mas alerta que a definição dessa questão só se consolidará com o passar dos anos.

O futuro da Miss Pavlova e os grandes objetivos

"Muitos”. É com risos que Ana reage à pergunta, anunciando que em breve espera abrir o segundo estabelecimento, direcionado para o distrito do Porto. A expansão para outras regiões não está afastada, mas os custos logísticos implicam que seja um plano a longo prazo, através de um crescimento sustentado. “Temos muitos pedidos para Lisboa, mas acredito que é importante chegarmos primeiro a mais gente no Porto”, apontando para 2018 a possibilidade de chegar à capital. A internacionalização, explica, é também um dos seus principais objetivos, mas aponta à idade do projeto, ainda recente.

Por fim, Ana diz que não foi fácil chegar até onde já chegou, mas que no fim é extremamente compensador.

O espaço exterior foi reconstruído a pensar num ambiente informal e descontraído
A Miss Pavlova apresenta, assim, características únicas que fazem deste doce uma inovação com grandes possibilidades de fazer furor no paladar de qualquer portuense. O melhor é mesmo ir até ao número 13 da rua do Almada. A Miss Pavlova tem doces para todos os gostos.


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