Neste Theatro existe tudo - menos um teatro
A primeira reação que Alberto Bago teve quando entrou na antiga loja de gás, onde agora fica o Theatro, foi a de que o espaço poderia ser uma livraria, embora tivesse consciência de que, “numa cidade como a Póvoa de Varzim, não teria qualquer hipótese de sobreviver única e exclusivamente dos livros.” Com o contributo de algumas viagens e leituras, percebeu que, cada vez mais, grandes empresas conjugam a leitura e a alimentação e, por isso, a ideia passava por sedimentar o espaço num restaurante.
Com a colaboração do irmão Eduardo Bago, com o desejo da restauração, do sócio Luís Milhazes, que “tinha o sonho de um restaurante e vinhos”, e de Jaime Oliveira, “que conhecia o mundo”, nasceu o Theatro, na Póvoa de Varzim. “Havia aqui uma conjugação de vários interesses completamente diferentes, mas que casavam maravilhosamente bem, ou seja, a livraria acaba por ser a génese disto tudo, mas o que faz com que se crie este conceito são os interesses de cada um de nós”, adianta Alberto Bago.
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Restaurante |
A primeira atividade que teve lugar no atual Theatro foi, como facilmente se adivinha, um teatro. Na altura, o primeiro construído em tijolo, visto que os teatros que existiam eram, até então, em madeira. No entanto, o espaço já teve outras valências: uma fábrica de confeção, um aquartelamento militar e, nos últimos anos, um armazém de gás.
Embora todos os sócios, com exceção de Jaime, tivessem formação em gestão – essencial para fazer o project finance – consideraram que “advogar em causa própria poderia correr mal” e então, inicialmente, recorrerem a consultoras que identificaram pontos fortes e fracos do investimento, que poderia vir a colmatar aos seus autores e “a uma franja da população” uma lacuna existente na cidade.
Apesar de “não ser uma rua de passagem”, as consultoras desconheciam, por exemplo, a “mais-valia” da adjacente Rua da Junqueira ou os míseros 200 metros que separavam o novo espaço do Cine-Teatro Garrett.
Por isso, entre alguns avanços e recuos, deixaram de ouvir tantos especialistas e seguiram os seus instintos, visto que eram da cidade e, mais do que ninguém, sabiam quais os pontos fortes e as necessidades que podiam colmatar nela.
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Wine Bar |
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Restaurante |
Praticamente inalterado, mantendo as quatro paredes originais, e com a reconstrução a replicar aquilo que existia “para trazer a excelência e a beleza do edifício”, nasceu em 22 de março de 2017 o Theatro com “th” à moda antiga, composto por um restaurante, um wine bar, uma livraria e uma galeria de arte. A inspiração para a decoração, “culpa de dois jovens arquitetos da cidade”, regeu-se por máximas que aspiravam o espaço como sendo “cozy”, “trendy” e com um ar fabril.
A adesão tem sido “altamente surpreendente”, confessa-nos o gerente Alberto Bago que, ao contrário dos outros sócios, sempre pensou que seria a livraria a atrair gente para a restauração, e não o contrário. “Estamos a funcionar muito melhor como restaurante”, admite.
No Theatro, o público é vasto, para surpresa dos gerentes que, inicialmente, pensavam num “determinado target” que poderia seria muito balizado. “A grande surpresa, para nós, foi a abrangência. Temos situações giríssimas de pessoas com 19-20 anos a jantar ao lado de pessoas com 85 anos e essa é que é a mais valia do espaço.”
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Carta de Cervejas e Snacks |
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A ementa variada é da responsabilidade do chef Pedro Oliveira |
A imponência da fachada já conotara o Theatro, ainda muito antes de abrir, como um espaço caro, o que, para Eduardo Bago, na realidade não acontece. “Nós temos os preços completamente normais. Por exemplo, nós temos o menu executivo a 7,5€, que é um preço banal em tudo o que é restauração e mesmo os preços da carta não são preços de restaurante de luxo ou de padrão alto. Queremos que venham pessoas de todos os estratos sociais.”
A ementa variada é da responsabilidade do chef Pedro Oliveira que parece saber aquilo que tanto os mais novos como os mais velhos gostam. Atualmente, os pratos de bacalhau e polvo são os mais pedidos, mas a carta oferece mais pratos de peixe e carne, opções para vegetarianos, hambúrgueres, tapas e, a meio da tarde, snacks, sem nunca cair no “exagero” de ter demasiadas opções. “Aqui quisemos uma carta não muito longa, mas que conseguisse agradar a toda gente”, adianta Eduardo Bago.
Quanto à galeria, e já com uma agenda preenchida para os próximos meses, o espaço oferece ainda exposições de pintura, escultura e fotografia.
Para aqueles que querem beber um copo à noite, mas não querem ir para uma discoteca “ouvir batidas fortes” e levar com “luzes psicadélicas”, o Theatro pode ser uma excelente opção. E se os seus amigos não vierem para jantar, mas aparecerem lá, já não precisa ficar intimidado porque eles não consumiram no restaurante. Agora, podem encontrar-se no wine bar para beber um vinho, um café ou um gin.
EMENTA
Café (0,70€)
Fino (1,20€)
Mousse de chocolate com amendoins crocantes (3,60€)
Fino (1,20€)
Mousse de chocolate com amendoins crocantes (3,60€)
Panna cotta de frutos silvestres (4€)
Gelado de queijo de cabra com redução de vinho do Porto (4€)
Prego do lombo (5,50€)
Prato de três montaditos (6,90€)
Hambúrguer de maminha (8,90€)
Risotto de quinoa com legumes da horta (9,90€)
Polvo à lagareiro com tomate seco e cebola crocante (14,90€)
Bochechas de porco preto com puré de queijo e compota de cebola roxa (14,90€)
Bacalhau com crumble de broa (15,90€)
MORADA
Rua Santos Minho 10, Póvoa de Varzim
252613824 | 918 803 798
Metro: Linha Vermelho (Póvoa de Varzim)
Metro: Linha Vermelho (Póvoa de Varzim)
Terça-Feira a Quinta-Feira: 10h às 00h.
De Sexta-Feira a Sábado: 10h às 2h.
Domingo: 10h às 00h.
Encerra à segunda-feira.